sexta-feira, 5 de junho de 2009

Chegada a Iquitos

Dias 22 e 23 de maio, sábado e domingo


Prédio Histórico em Iquitos

É curioso, mas o trecho mais difícil, mais inóspito e gélido da subida ao cume do Nevado Mismi, com exploração das lagunas glaciares e da região da nascente, foi onde me senti melhor e consegui as imagens mais completas.

Tinha me preparado bem para andar na neve e no gelo, a mais de 5.500 metros de altitude, desde a Expedição Científica de 2007. Fiquei também alerta, para atravessar a zona perigosa da guerrilha do Sendero Luminoso, nas montanhas de Ayacucho e San Francisco. Mas não me preparei psicologicamente para enfrentar a monotonia dessa descida do rio Ucayali, desde Atalaya até Iquitos. Se, pelo menos, eu tivesse possibilidade de gravar a partir de voadeiras, ou mais próximo às margens...

Passamos pela confluência do Marañon com o Ucayali. Muita gente pensa que o Amazonas começa aqui, ou em Iquitos. Mas já registrei em meu GPS mais de 3.000 quilômetros e nem cheguei à capital da Amazônia peruana.

De Pucalpa pra cá já existe ‘cara’ de Amazônia. Mas as árvores não são tão altas como as do trecho em que o Amazonas entra no Brasil e é chamado de Solimões.

Depois que recebe o rio Marañon o Ucayali se espalha. É lindo ver as várzeas alagadas – estou gravando em plena cheia.

Iquitos é uma cidade simpática, com um boulevard beira rio, de casas do período da Borracha. Ao contrário do que acontece no centro de Atalaya e Pucalpa, a cidade de Iquitos mostra muito mais a cultura da floresta amazônica. Mas é uma cidade realmente isolada, sem estradas de conexão. Os moto-táxis fazem a festa por aqui.

Moto-táxi em Iquitos

Um comentário:

  1. Essa cheia que você cita é a maior cheia desde 1953 em Manaus(perde por 2 cm hoje). Existem cidades no estado do Amazonas no Brasil pensando em mudar de lugar. Lembrando que em 2005 tivemos uma das maiores secas, fica a certeza da intensificação de eventos extremos ligados ao clima do planeta.

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