sexta-feira, 8 de maio de 2009

Chegada ao Nevado Mismi

Dia 7 de maio, quinta-feira (manhã)


Topo Nevado Mismi


Nevado Mismi

A noite do dia 6 para o dia 7 foi terrível para todos. Havíamos decidido acampar em local mais alto, próximo ao Mismi. Montamos as barracas sobre o gelo e a neve. Durante a noite, além do ruído do degelo sob nossas barracas, o vento gelado castigou essa encosta e não deixou ninguém dormir. Em nossos termômetros: 18 graus negativos! E o inverno ainda nem começou. O guia levantou de madrugada para ferver neve e esquentar a todos. Acordamos às 5h, mas as câmeras estavam congeladas. Às 6:30h nos preparamos enquanto o equipamento esquentava no sol. Para a subida íngreme do Nevado Mismi, usamos grampones para cravar as botas na neve.

A partir desse acampamento na encosta, às 8:20, iniciamos a subida ao topo do Mismi. Caminhamos sobre a neve pausadamente por causa da falta de oxigênio (menos 50% nessa altitude). Chegamos ao Cume do Mismi às 10:10, horário peruano. Altitude: 5.597m !

É daqui, no topo deste nevado, que cai a primeira gota de água que alimenta o curso do Apurimac-Ucayali-Amazonas. O celular está com sinal! Fizemos comunicação com a base, em Arequipa (Peru) e no Rio de Janeiro.


Encosta nordeste do Mismi


18 graus negativos!

Dia 7 maio, quinta-feira (tarde)

Daqui de cima do Nevado Mismi temos a visão espetacular da paisagem: as três lagunas – a McIntyre, a do leste, a do oeste (Chicla) e a Quebrada Carhuasanta lá em baixo, com seus diversos riachos se encontrando com mais quatro riachuelos formadores do Amazonas. A descida até a Laguna McIntyre foi mais tranqüila. É uma laguna de formação glaciar, considerada hoje a alimentadora do riacho Carhuasanta.

Depois de caminhar por cima do Mismi, decidi descer as encostas, acompanhando o filete de água chamado ‘alimentador esquerdo’, considerado o principal. Caminhando entre a Laguna McIntyre e a Chicla, pude ver vários canais de pedra que se estruturam em forma de fenda. Se a gente vira uma dessas pedras, ela está molhada e pode-se notar a água escorrendo sob uma superfície de gelo.

Fiz sozinho essa parte da descida, por esse alimentador esquerdo, até a parte mais baixa da Quebrada Carhuasanta, onde os riachos se encontram. Ao final da longa caminhada, fiquei exausto. Retornei para o acampamento do lado oposto do paredão e resolvi com os guias que precisávamos “recarregar as energias”. Retornamos à cidade de Chivay. Afinal, o carro é que percorre os quilômetros montanha abaixo. Banho quente, cama confortável – tudo necessário para continuar a viagem de um mês de documentação do maior rio do Planeta.


Laguna McIntyre

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Chegada à região da nascente do Amazonas

Dia 6 de maio, quarta-feira


Quebrada Carhuasanta

Partimos de Chivay, subindo de carro as encostas da Cordilheira de Chila, até a região da Quebrada Carhuasanta. Neste setor, foi fixado, durante a Expedição Científica de 2007, um marco geodésico, materializando o local da Nascente do Amazonas. Aqui montamos nosso acampamento.



Fonte da Carhuasanta com placa homenagem Loren McIntyre

À tarde caminhamos até o local da fonte, onde as águas brotam da pedra, para alimentar o maior rio do mundo, o Amazonas. É incrível observar que o Amazonas nasce nessa região extremamente seca e gelada dos Andes e corre para irrigar a planície úmida e quente da maior floresta tropical do Planeta. Hoje vamos pernoitar aqui, próximo ao paredão da Carhuasanta, onde a temperatura chega a 18 graus negativos no inverno.


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Press Release

AMAZONAS, MAIOR RIO DO MUNDO
Uma Aventura da Nascente à Foz


Pedro Werneck, documentarista e expedicionário brasileiro, percorre sozinho o Amazonas, maior rio do mundo, desde a nascente, nas montanhas geladas do sul do Peru, até a foz no Brasil, no oceano Atlântico.

Ao descer quase sete mil quilômetros do Amazonas, passando por vários trechos dos Andes a pé, de carro costeando as margens e de barco, o documentarista Pedro estará atravessando o continente Sul Americano, de Oeste para Leste, por terras do Peru e do Brasil – os dois países que têm seu território cortado pelo maior rio do mundo.

A partir da oficialização por Peru e Brasil, em 2007, do local da nascente do rio Amazonas, e após a publicação pelo INPE, em 2009, dos trabalhos de medição comparativa do comprimento do Amazonas e do rio Nilo, esta expedição navegará por toda a extensão do sistema Apurimac-Ene-Tambo-Ucayali-Amazonas, registrando a geografia, a cultura e toda diversidade do maior rio do Planeta.